Eu dei minha vida. Entreguei a dádiva divina sem pestanejar, sem duvidar. Não tive meias palavras ou o que pensar. Fui assim, logo de cara, ofertando minha vida toda. Embora nem tão longa ou vivida, mas experimentada. E com ela foram-se meus sonhos e minhas vontades mais íntimas e questionáveis.
Sem me importar ou refletir. Sem ao menos pedir. Apenas fiz assim. Entreguei a vida, como símbolo de algo maior. Uma coisa imensurável, inenarrável. Como se fosse bobagem. Entreguei alma e coração, e todos que por eles já passaram. Porque quando doei minha vida, juntos se foram todos aqueles que nela acolhi. E até alguns que reneguei. E daí em diante, a responsabilidade foi outra.
Sou um amador clichê. Poeta falcatrua que não bebe. Só me embriago de arrependimentos. Ébrio de mentiras. Sou um poeta ao meio. Ao inverso. Sem sexo como refúgio. Apenas mais um mergulho inconsequente. Fugaz. Uma dose dupla de orgulho e uma injeção de martini e auto-estima.
E mesmo assim dei toda a vida que assisti. Que contracenei. Que em períodos evasivos foram atuados e banhados de moralismo.
Entreguei minha vida e com ela cada pedaço dessa onomatopeia em versos. Um luto áurico. Inexplicável. Insensível. De paixão mórbida e duvidosa... Só sei que nasci com algo morto em mim.
E toda essa trajetória circular e dependente de uma força centrípeta (como explica a física), nem foi tão interessante. Nem provei de tudo ou de todos. Não fiz nada memorável. Ergui críticas intelectualmente escapistas e escolhi caminhos errados. Me atei num futuro que nunca chegou e deixei o passado desfalecer. Despetalar. Mas ainda assim minha vida foi concedida. Reclusão consensual. Eis um minuto de pausa...
A chuva lá fora já castiga os sonâmbulos noites a dentro. E que noites! Vidas e mais vidas que se vivem em horas. Em minúcias. O escuro acolhe os temores - E os céus.
As luzes se intimidam. Incomodam. Prato cheio pras canções.
E como um leopardo faminto, à espreita, o mundo todo te observa. Até te engolir.
E não resta nada. Porque o castigo que eu oferto a mim soa suficiente. As fomes são saciadas e as sedes extintas.
A vida vai acabando, ao ser entregue, junto com o poema que abandonou as rimas.
E como eles, no final, o príncipe morre.
Adorei o texto!
ResponderExcluirBem legal!
Obrigada pela visita
Seguindo.
Beijos,
Mundorosaachock.blogspot.com
Seguindo de volta. E retribuindo a visita.
ResponderExcluirBeijos ;*
http://mulheresjuntas.blogspot.com.br/
Nossa, Que legal esse post !
ResponderExcluirLi tudinho muito bom viu ? Gostei por demais
teu blog é show parabéns ;
tudo de bom e obrigada pela visita, já estou seguindo aqui beijos "-
www.interligada-i.blogspot.com
Que perfeito esse texto e triste também né?
ResponderExcluirPor que o príncipe tem que morrer no final? Pra fugir do monótono? IOEUWOIUEOIWE. Parabéns pelo blog...
http://www.elainezanol.com/
Muito bom o texto ! flor obrigada pelo carinho la no meu blog, ja estou seguindo aqui . http://confissoesdeumablogueira.blogspot.com.br/
ResponderExcluirOlá, vim agradecer a vicita no blog e muito obrigada por seguir. Estou seguindo de volta ok! :)
ResponderExcluirAdorei o texto!
Beijos
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olá, amei seu blog, vc escreve muito bem principe, seguindo seu blog, segue de volta?
ResponderExcluirbjus
sa
lamourmonage.blogspot.com
Oi! Valeu pela visitinha!!! Sou sua mais nova seguidora aqui! Beijos
ResponderExcluirwww.marcelacarraro.blogspot.com.br
oi lullis,
ResponderExcluircurti o seu texto! você tem talento com as palavras!! =)
beijos
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Gostei do texto :) Beijos
ResponderExcluirhttp://trendtotal.blogspot.com.br
Que lindo texto.
ResponderExcluirDa uma passadinha la no Menina de mustache, ta de layout novo, aproveita para dar sua opinião!!!
Um beijo!!!
www.meninademustache.blogspot.com
Gostei do texto!
ResponderExcluirMelancólico, solitário e realista!
Muito bom!
Ja estou te seguindo, viu baby?
Beijos
http://muitasfeminices.blogspot.com/
parou de postar anja ?
ResponderExcluirxoxo :*
http://mini-fofoquinhas.blogspot.com.br/
Obrigada! Seja bem vindo! Estou seguindo também!
ResponderExcluirÉ... Quando o assunto é cosmético a mulherada fica louca! huahuahua! E geralmente se contentar com pouca coisa é complicado (Eu sei bem disso! rs).
Interessante o texto. Mas não sei se posso entender assim do jeito que você quer passar. Me parece ser algo em torno do obsessivo, só que isso é apenas o meu olhar!
Boa segunda pra você!
Beijo! ^^