sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ponto de Paz

Sou o filho do amor e do ódio,
Guerreiro desolado, pela decepção mundana.
Sou o ferro e o aço em fusão,
Projeto cibernético, experimento humano.
Sou símbolo cármico da luta infindável,
Protetor fiel de batalhas exploradas.
Sou o calor das verdejantes montanhas,
O frio cósmico das gélidas florestas boreais.
Sou o fruto do orgulho partido,
Das pétalas caídas, da desordem humana.
Sou o último espectro de Pandora,
A esperança que não foi mostrada aos humanos,
A lei corrompida e a coragem difundida.
Sou a permissão e a culpa, representante do fim,
Simbolizo o tributo à noite, e a congregação dos dias,
Sou o fim aguardado, as tardes chuvosas,
O ar em infinita combustão.
Sou o fruto proibido de um romance ruim.
Sou o descendente de uma geração abalada pela desonra.
Sou o caminho da evolução, o pendante da paixão, da igualdade e da ordem.
Sou o big bang de emoções, o resto da ilusão.
Sou o que sobrou da paixão, você está pronto para me amar?
Sou o oásis desertificado, a aurora austral, a falha elíptica.
Sou o eclipse do seu sonho, o bem e mal em eterna união e confronto.
Sou a benção do carinho, a tentação do Éden e o caminho do infinito.
Sou o guerreiro, a espada e o escudo, o castigo dos perdedores e a vitória de quem não lutou.
Sou a explosão das estrelas, num amor eterno.
Sou a hipocrisia e o tráfico de emoções.
Sou o seu beijo, o toque da sua mão e o seu olhar.
Sou pena de fogo, o calor do inferno celeste, o frio do céu rubro.
Sou o pecado e a sua salvação.
Sou o seu sonho, em carne e tentação.
Sou o passado obscuro, o presente trepudiado e o futuro de refúgio.
Sou o mártir da dor, e o arrepio de excitação.
Sou o ápice da verdade, e a mentira em apogeu.
Sou a ascensão dos fracos, a queda dos fortes.
Sou pedra bruta lapidada em sentimentos e carinho,
Sou o carinho difundido num frívolo orgulho.
Sou a arrogância, a fome de poder.
Sou a vaidade cósmica, a inveja do amor, a preguiça do perdedor, a ira selvagem, a ganância do rico, a avareza do pobre, o sexo casual.
Sou puro veneno, coberto de flores e espinhos.
Sou a última chance da humanidade, sou todas as suas ‘máscaras’, sou a vingança.
Sou o pecado da ingenuidade, a pura falta de pudor, a entrega total.
Sou o devorador de sentimentos, sou sua cara-metade, o oposto do que te atrai.
Sou o eterno apaixonado, a poesia global, sou eterno amante, eterno aprendiz de você, porque só em ti, sou também, o Ponto de Paz.

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