segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Arrasador de Corações -- Arrasador de Castelos:

“Achei ter fechado todas as portas. Pensei ter selado a fortaleza e assim aprisionado tudo isso no esquecimento. Mas ele consegue me ver. Ele vê através da máscara e ainda assim não vai embora. Isso seria encantador... se não fosse tão assustador!”


Quando corri em direção ao sol, aquela imensurável mancha escura engoliu meu coração. Em princípio, vi-me em completo desalento. Num rápido piscar de olhos, vi o mundo ao meu redor se desfigurar. Ele ficou mais ou menos assim: o chão era feito de pedaços de sonhos não concretizados. Eles ressoavam uma canção fúnebre, e quem nele pisava, extraía uma porção de visões. Visões que com o tempo tornavam-se tão reais que te carregavam pro fundo de um cemitério. Sonhos inacabados e espremidos viraram folhas rasgadas e soltas na tempestade.

Havia um imenso castelo. Nele, uma biblioteca infindável. Os livros perderam as letras, e as páginas foram manchadas de tinta anil. Corredores intercalavam os tempos e um banquete farto de lembranças mortas era servido pontualmente às 19h00min horas de todas as quintas-feiras.

Soldados carregando espinhos pela face e amarguras púrpuras na alma, marchavam infinitamente sob a terra. A vegetação era cristalina e os rios borbulhavam rubros corpos que não aguentaram a falta de justiça.

Eu era um rei confuso e ganancioso. Mas tudo saiu do controle quando tive o sol em minhas mãos. Aquele pequeno momento foi o suficiente pra desnortear todas as coisas que batiam dentro de mim. O reinado se desmanchava em pilares de areia e eu gritava como uma criança assustada. Ninguém ouvia.

Nos calabouços, uma rebelião aclamava o fim de um império falho. Durante à noite, enquanto as torres adormeciam, e a marcha de ferro dos soldados estremeciam os diamantes, corri. Abandonei tudo e livrei a todos.

Quando corri em direção ao sol novamente, pedia com todas as forças que alguém me parasse. Acordei em meio a uma tempestade que pôs fim a tudo.

Ao longe, pude seguramente avistar tudo desmoronar. Menos ele. Em meio a toda aquela destruição ele pegou minha mão e soprou meus cabelos. Meu coração de fato fora consumido. Ele retirou do bolso uma carta, amassada como meu juízo, e entregou-me em mãos.

Ao longe, o vi desaparecer.

Às vezes quando o passado retorna com tal força, põe em dúvida toda uma vida. Em questão de segundos eu desejei arrancar aquela máscara dezenas de vezes.
Mas às vezes o amor dura, e noutras ele se transforma em lembrança e te tortura eternamente, até não restar um tijolo sequer do teu castelo. E só o que você pode desejar, é não resistir.

4 comentários:

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