sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Eu sou... Clive B. Capítulo Vigésimo Segundo - O De Sempre com Sabor de Ameixa:

Eu sou a máquina ininterrupta dos versos. Fatiador de poemas, sou fluxo sanguíneo de hemáceas falidas, e minhas artérias bombeiam um jogo de esgrima fálico e sombrio. Construtor das vozes, sou maestro da minha marcha fúnebre, e recupero os versos facínoras da minha esquerda revoltosa, e realinho os ponteiros e os caracteres. Sou político da minha essência, filósofo moderador do tempo.

Bandido de causa perdida, eu sou Clive: apenas um retrato almejado e uma fotografia já alcançada. Uma resposta sem pergunta, e um questionamento constante de tudo o que eu não posso ser. Antítese do meu próprio eu, sou um diário violado. Um violão reafinado pelas cordas do tempo. Sou a série de vestígios datados do que não vivo, plateia da quintessência dinamizada.

Eu sou meio Clive, e durante o dia, hipérbole de rádiofrequência. Um projeto amador de desafio. Amante das anti-coisas, anti-herói de natureza. Falador de nada, mas sexualmente voraz e tagarela.

Eu vivo sem as regras corretas, e imagino o mundo como capítulos resenhados instantaneamente. Eu beijo o asfalto molhado, e deito com a sangria dos vagalumes. Quando eu to meio Clive, eu só assovio os ventos do norte, e escalo as nevascas montanhescas da tua pele. Lagarteando o sol das 3 da tarde, te beijo escondido, porque afinal de contas, tudo termina assim, no beijo.

Esse início que nunca acontece. Eu corro direto pra última dança, o abraço da despedida. O beijo mordido, a saliva incandescente. Eu te abandono por 1 mês para te amarrar pelo resto das madrugadas. E lá está, uma vez mais, a mesma conversa, as mesmas palavras, e o mesmo não-eu.


Acorrentado pelas desinências de um caráter prolixo, vítima de um pleonasmo culposo de índole variável. Falante inventor das bordas de meio-fio, leio os aromas dos teus olhos e te convido pras banalidades da minha levianidade.

Tu chega mais perto, lambe o contorno lobular da minha boca e aproveita o teu sabor preferido: Lábio de alcaçuz com ameixa.

11 comentários:

  1. Olá Luiz!

    Brilhante a sua escrita.

    Máquina que não se rompe aos versos.

    Maestro da minha marcha fúnebre.

    Filosofar é muito bom, ajuda na criatividade. Se não fosse os grandes filósofos , não haveria grandes escritores.

    Um bom feriado, bom final de semana.

    Beijos !




    Eu sou a máquina ininterrupta dos versos. Fatiador de poemas, sou fluxo sanguíneo de hemáceas falidas, e minhas artérias bombeiam um jogo de esgrima fálico e sombrio. Construtor das vozes, sou maestro da minha marcha fúnebre, e recupero os versos facínoras da minha esquerda revoltosa, e realinho os ponteiros e os caracteres. Sou político da minha essência, filósofo moderador do tempo.

    Bandido de causa perdida, eu sou Clive: apenas um retrato almejado e uma fotografia já alcançada. Uma resposta sem pergunta, e um questionamento constante de tudo o que eu não posso ser. Antítese do meu próprio eu, sou um diário violado. Um violão reafinado pelas cordas do tempo. Sou a série de vestígios datados do que não vivo, plateia da quintessência dinamizada.

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  2. Uma maquina devoradora de palavras de uma riqueza imensa que perdura para la de um simples escrever ,todavia um ser humano que tem tamanho dom de escrever tais sabias palavras ,sempre igual a si próprio que o torna único ,como sempre adorei mais um capitulo amigo Luis ,um grande abraço

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  3. No fim, todos somos doce, pelo amor, pelo amar; O resto é confabulações, é prolixo.Beijo alegre do feliz amigo por estar aqui.:-BYJOTAN.

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  4. -Bandido de causa perdida, eu sou Clive: apenas um retrato...Mto bom, seu texto é sempre uma livre oportunidade de refletir linha após linha para tentar sentir e interpretar seu pensamento isto é mto bom, pra ti guri um gauchesco e cinchado abraço tchê...

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  5. Você escreve de uma forma muito criativa, onde o seu pensamento nos faz parar para refletir.

    Obrigado por suas palavras em meu blog.
    Um abraço,Élys.

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  6. Olá Luís, e que tudo esteja bem!

    Como de outras vezes que por cá estive, eu novamente cá encontro um pensamento teu expressado de maneira deveras intensa, e bem, vir cá é deveras prazeroso e ler tuas palavras que provocam o pensar do leitor, parabéns pelos intensos escritos que sempre compartilha!

    E eu grato por tua amizade desejo que seja sempre tão intenso e feliz este teu viver, um grande abraço e, até mais!

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  7. Tem uma forma de expressão diferenciada e muito interessante. É preciso ler seus textos com tranquilidade, apreendendo o sentido desse ser/não ser. Muito bom. Abraço.

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  8. Olá Luis!
    As coisas vão tentar se normalizar aos poucos..mas como pode ver, devagar vou voltando a rotina do blog!
    E seu texto está otimo como sempre, dessa vez com uma sensualidade muito bem escrita.
    bjs

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  9. Luiz,
    Não são possíveis comentários quando as palavras correm à velocidade de pensamentos num estilo fantástico.
    Um prazer enorme te ler!
    Beijinho

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  10. Bem denso,uma rítmica incrível.
    Eu leio seus textos tentando imaginar,ou melhor,eu vejo a cena..sabe aquela coisa de ficção científica,romance,mas com uma pitada poética?É isso!

    beijão,Paz!Dani.

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  11. Gosto dos seus textos, acho que eu já disse outras várias vezes, mas é o que eu sinto, sabe ser consegue preder o leitor, a pessoa que se prestar a ler, e nos faz gostar realmente do que está a nossa vista. Que texto denso, e ainda acho que ser deveria tentar fazer um livro. Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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Leia com atenção.
Não esquecendo que tudo é desenvolvido como poesia livre, seja uma crítica ou um ponto de vista.
Ninguém é obrigado a concordar, mas respeitar e ser sincero ajuda ^^