quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Desapego Libertino, de Aquário:

" Agora tu Aquário! Seu destino é transmitir a liberdade espiritual e o desapego material "


-- Como toda vida a paixão tem seus altos e baixos. E eu só quero ser livre pra procurá-la numa estrada qualquer.


"Eu encerro a tríplice aérea dos astros. Sou o último recurso eólico dos planetas conhecidos. O que restou das tempestades flamejantes, dos terremotos morais e das inundações cataclísmicas.

O servo eterno das alvoradas esquecidas. Mas eu só quero deitar sobre a grama e deixar ser levado. Não estou a procura de brigas ou amores. Quero ir até onde a brisa quiser me guiar.


Sou o escudo de Athena que a acompanha com sofreguidão de um amante amordaçado. Mas eu só quero fechar os olhos e sentir meu corpo todo falar.

Sinto a explosão dos corpos celestes que derramam sobre mim gotículas cósmicas. Tão pequenas que mal as vemos. Mas lá estão elas. Assim como eu. Apenas nadando e emergindo opticamente pelos ares. Um mergulho retrógrado à inexistência.


Eu estou sempre em atividade. Em busca da novidade. A tecnologia é minha nova melhor amiga.

De tempos em tempos o Aquário é derramado sobre a humanidade para mostrar-lhes a elevação espiritual. Não há nada que levaremos nesta viagem, e nada a se contar. As histórias já foram escritas, e eu as quero ler com os lábios, enquanto bebo o drink libertino dos céus.


Eu não quero estar em lugar algum. Aqui mesmo está bom. Roupas não podem cobrir minha alma, e jóias não me farão brilhar (como fogos de artifício). Verdade e justiça me bastam. Porque não há nada mais iluminado que um fim de tarde, sem remorsos.

Eu pratico o desapego. Não quero mais confrontos e provas reais. Fique com a razão pra você. Eu descansarei sobre a rede, embalado pela canção dos ventos.


Nossos mundos colidem. Vejo milhares de esferas violentas e fúteis, rodando. Apenas girando, enquanto todo o resto gira também. Mas eu só quero pular, até onde ninguém pulou, e mergulhar novamente pra de onde eu vim. É desse vai e vem que se faz a vida. Brigas e carícias, amores e guerras, matéria e ilusão. E só quando tudo acabar, veremos que não passou de um conto. Um fábula. E só dependeu de como escreveu.


Bem, eu não quero as melhores poesias nem os melhores perfumes. Quero os piores amantes e as piores noites. Delas que se extrai a alma, num poema. Vou ler minha história de traz pra frente, de baixo pra cima. Desafiar guerreiros e a gravidade. Me permitir chorar, gritar, sorrir, fazer caretas. Eu só quero sentir que vale a pena.


E acima de tudo eu quero me permitir amar homens e mulheres. Vestir, despir. Correr, deitar. Engatinhar, voar. Sentir frio, calor. Reclamar de ambos. Dormir e sonhar - não necessariamente nesta ordem. Quero beber, comer. Me embriagar de paixões. Me afogar em verões. Eu quero mesmo uma bagunça quente, um cachecol bordado e um par de luvar de couro.


E é claro, quero ler muitas vidas por aí, milhares de capítulos. Alguns parecidos comigo. Outros não. E me permitir parar, quando eu quiser. E o mais importante: Quero ser livre pra ler onde puder. Onde não devia. Onde já fui. Onde estou chegando. Onde ainda desconheço.

Só me aguarde... "

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Imediato Mundo em Suas Costas, de Capricórnio:

" Prepare-se Capricórnio, seu carma é mostrar à Humanidade o caminho através da paciência "


-- Como toda vida, a paixão tem seus altos e baixos. O problema é que a maioria não consegue diferenciá-los, e quando consegue, torna-se tarde demais pra contorná-los.


" Eu percorreria todo um mundo em busca do que quero. E mais ainda pra provar que estou certo. Às vezes me sinto como as dunas ancestrais que escoram os rochedos petrificados pelo abandono lunar. Mas de certa forma proteger, guiar e aconselhar são minhas virtudes evidentes. Um instinto paterno que me sobressai. E como um tutor, sinto-me no direito de brigar, criticar e até repreender. Tudo pra mostrar o jeito certo de agir e evitar dores e desapontamentos.


Eu não sou dono da razão, nem sabe tudo. Diria até que só sei sobre o meu mundo e a respeito de quem nele habita. Talvez isso me torne dependente direto de um abraço caloroso e curativo que só minha mãe sabe dar. Mas eu não dou o braço a torcer! E diria até que sair da zona de conforto é um desafio mortal. Mas como um guerreiro fiel que sou, necessito da estabilidade de solo firme, familiar, para desenvolver minhas habilidades vorazes.


Como o Capricórnio, símbolo do meu ego e marca dos meus complexos, eu sou a mutação do tempo em torno de sua maturidade. A criatura híbrida que viaja entre os saaras e as cascatas, mas que retorna ao lar com lições aprendidas e ensinadas.

Sinto uma forte necessidade de acolher todos os problemas ao meu redor para solucioná-los. Pra já!


Sou um trabalhador eficiente, dinâmico. Um tijolo por dia para merecer um palácio. Minha impaciência é meu ponto de contradição. E minhas críticas perspicazes podem me tornar aparentemente rigoroso e grosseiro (não que eu não seja).


Eu não admito traições, tampouco imaturidade - apesar do meu orgulho me ofertar quase que uma birra infantil. Minhas relações quase sempre são baseadas no histórico psicológico que eu assumo como meta (mas um companheiro cairia bem).

Não tolero desânimo nem agressividade. Eu tenho minhas temperanças, porém não lido bem com hostilidade e preguiça. Sou o último elemento terreno, e como os demais, transpareço facilmente a imagem de frio e distante. Há quem diga que sou ''anti-sentimentos'', e que estou isolado num beco sem saída, onde as paredes se ergueram sobre às sombras.


Talvez se eu fosse mais natural, menos programado e pragmático eu me divertisse mais. Chegaria a um ponto onde não enxergaria o horizonte. E continuaria.
E quem sabe o total temor de se expor diminuísse.
Eu sei que pareço forte e inatingível, mas nada me assombra mais do que a decepção. A falha. O erro.
E é por isso que refugo as minhas relações e as baseio em egoísmo agudo e cruel. Eu lamento!


Mas eu que surgi das regiões aquáticas mais gélidas do plano físico, e que dominei os campos, terrenos e arenas de guerra com meu inconfundível pulso visionário de moral e caráter, tenho medo do que não controlo.
Medo do desconhecido. E apesar disso soar terrivelmente piegas, tenho mais medo ainda de descobrir que posso amar e mortalizar minha alma. Humanizá-la e enchê-la de nhenhenhéns bobos.

... Há algo sobre este lugar. Algo sobre o teu batom no meu rosto.
Algo sobre você e eu. "

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Aventura em Busca da Vida, de Sagitário:

" Sagitário sua meta é interligar o terreno com o divino, e uni-los "


-- Como toda vida, a paixão tem seus altos e baixos. Mas a gente só descobre o nível que está experimentando.


" Olá papai, olá mamãe, eu sou sua bomba de cereja!
Olá mundo, eu sou seu garoto selvagem!


Eu fujo dos clichês, mas a maioria das comédias românticas me emocionam... Até o momento que eu enjoo. Já imaginou toda aquela alegria ESTAGNADA? Não há amor sem dor, lembram? Mesmo que seja de mentirinha, afinal os beijos não beijados e os desabafos não ditos são sempre os mais memoráveis.

Eu sou como a última chama viva da independência. O penhor do raio solar desferido por Apolo. Eu sou o astro principal do show, o Gran Numero e Gran Finale, e os planetas giram, tontos, ao meu redor, tentando me acompanhar.


Minhas fotos prediletas são as verdadeiras. Espontâneas. Porque não há nada mais falso do que um retrato posado. É como curar-se de uma queimadura com ferro quente. Numa foto inesperada tudo se revela. Com a selvageria de uma catedral britânica, e com a suavidade de uma orquestra (sem seu maestro). Apenas um flah, e enxerga-se além das mentiras.


Eu não sou bom em guardar segredos. Mas não me culpe, afinal se é secreto tu não deve me contar. E se contou, tu que é o fofoqueiro!

É que tem um turbilhão voraz dentro de mim. Como um predador galáctico que explora os mundos inconscientemente, com uma fome insaciável de descobertas. Não dá pra fazer da vida uma prisão! Porque é do palco das novas ruas, marquises e pontes que nascem as estrelas.


Eu tenho uma faca no brilho dos olhos, eu vou fazer você ficar louco, muito louco, muito louco... Dentro de mim.

Meus romances são passageiros, como todo aprendizado que buscamos. Mas faço deles sonhos blindados de emoções reais. E nos meus sonhos, os peixes têm asas avermelhadas e as nuvens são sempre roxas. Até diria que lá longe tem uma garoto sonhando. Sonhando com o paraíso. E ainda digo que temo acordá-lo...


Então me diga alguma coisa!Algo que não devesse me dizer. Algo que me pare. Porque eu sou um rolo-compressor buscando novos dias, novos filmes, novos sabores, novas cores, novas máquinas, velhas escapadas, novos dissabores, novos sonhos, velhos peixes.

Eu sou um andarilho que não pára. Um xamã fugaz, fervente. Um almanaque politicamente incorreto de mapas rebuscados, que nem sempre chega a um tesouro.

Mas eu tenho medo. Medo de andar, e nunca me achar. E mesmo sabendo que só se perde quem sai do lugar, eu ainda t5enho medo. Medo de andar, andar e andar, sem nunca saber onde quero chegar. Mas com toda teimosia que incendeia meu coração, nunca parar. E andar. Só andar. Simples e pacificamente andar. Até não saber de onde vim.


Então, por favor, me diga algo dispensável! Algo fútil, vulgar. Diga o impensável. Fale o que não poderia falar. E depois cale. Só cale... E me pare... "

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Sensual e Letal Suspiro, de Escorpião:

" Que fique claro que tu Escorpião, terás como missão, controlar seu ímpeto e valorizar o primeiro sentimento "


-- Como toda vida, a paixão tem seus altos e baixos, e não há tempo a se perder. Se der errado, ao menos usufrua dos corpos. Afinal sexo e paixão são amigos íntimos.


" Um arrepio me desperta durante a noite. Os ventos gélidos arrastados do cemitério assoviam nas folhas secas das árvores. E sentado, encolhido entre os lençóis da cama, um flashback tem início. Como recordações de tantas vidas a finco, mente e corpo se desprendem. Os monstros do armário parecem mais vivos, e mesmo que eu não acredite em bruxas, sei que elas existem. Todos os medos e desentendimentos infantis me resgatam num segundo. Acho que eu nunca deixarei de ser criança. Mas desta vez meus brinquedos serão outros...


Eu sou como as correntezas oceânicas que perfuram os riachos em busca de uma força jamais vista. O êxtase complementar de uma refeição canibalista. O suor que desliza pelas curvas do teu corpo transmite toda uma leva de fluídos aromáticos que me guiam ao frenesi.

Eu sou uma queda-livre alucinógena em busca do fim dos tempos. Meu corpo é uma explosão de raios gama que se canalizam, como um míssil feromônico que dilacera as tentações pecaminosas.


Eu sou a submersão dos anseios. Sem pensar, sem questionar. Eu me submeto à prova de choque, à prova de balas. E de repente, tudo vale a pena. Tudo faz sentido.

Como o veneno do escorpião que é destilado gota após gota, até extrair toda sua virilidade. Ninfomania.

Nossos corpos se entendem, como uma simbiose parasita que extrai os últimos suspiros vivos da carne.

Eu sou roleta-russa subversiva. Não há escapatórias, nem argumentos. Todo o turbilhão assustador dos anos enterrados no mais profundo abismo marítimo ressurge com uma vingança categórica. Mas os gatilhos foram disparados e as balas esgotadas. Exceto uma. O último gole de redenção.


Minhas fraquezas são afagadas com um caliente e duradouro pesar de despedida. O beijo tácito da morte que me espreita. Espia. Posso até sentir todos os martírios silenciosos de torturas veladas em inocentes. As masmorras vulcanizam as almas exorbitantes e desafiadoras. E cá estou! O Escorpião que resiste às tempestades desertificadoras e que abate a presa com um único letal (porém excitante) movimento.


Um cordeiro que aprendeu a ser lebre. E ainda que quisesse voltar no tempo (e pudesse), a pele fofa já foi consumida. Enterrada.

E dizem por aí que sou manipulador e vingativo! Como se fosse fácil julgar um livro sem lê-lo!
Mas a covardia me desmotiva.
Porque quando tu estiveres na roda, não desejarás ser o último a empunhar a arma...

... Ele foi buscar lã, mas saiu tosquiado...


...BANG! "

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Diplomacia Equivocada, de Libra:

" Tu Libra tens como objetivo domar os dois lados da Balança "

-- Como toda vida, a paixão tem seus altos e baixos. Só o que eu faço é inspirar-me de sensatez e buscar sua justiça.


" Dê asas ao seu desejo de amar. Criar. Inovar os labirintos dispersos da vida com aconchegos e sussurros ao pé do ouvido. Eu sou especialista na arte da compreensão, e desenho sobre os verões carinhos roubados dos romances franceses, e a paciência inglesa que desempenho com vigor.

Meus olhos, feito turmalina rosa, são canhões de plasma carregados de contos e encantos, e pela suavidade felina que neles carrego, livro-me de primaveras floridas com facilidade e caço barões enraizados de mistérios. Afinal, tratando-se de sensatez, eu sou como a brisa abafada do Gasômetro num fim de tarde, e firme como os tufões que balançam as folhagens do Parque Farroupilha.


Dou asas ao arroubo consciente de amar. Mas jamais esqueço que a justiça não é cega como aparenta. Por vezes tem olhos covardes de discriminação e bolsos cheios de subornos tempestuosos. É quando mais me dói carregar o símbolo finito da justiça: Em épocas de hipocrisia escancarada e corrupção descabida.

Eu sou um romântico falido. Paguei meus amantes com conversas intermináveis e afagos dourados. Sinto borboletas no estômago cada vez que a paixão me venda com sua embriagada máscara negra.


Sou discípulo de Éros, e acredito veementemente que amor nasça, sobretudo de um elo verdadeiro. Minha maior paixão nasceu de uma forte amizade. Meu círculo obscuro que carrego como cicatriz atemporal.

Me arrependo de deixar tal sentimento crescer. Tenho medo de estragar tudo. Amor e lealdade. Perder as duas pessoas que enfim vejo numa só. Então congelo! Não sei pra onde andar.


Mas pouco me arrependo, devo contar. Amor e sintonia enfim me encontram. A balança pende para os dois lados. Igualmente.
Então se há justiça nesta farta era, por favor atinja-me com seu peso decisivo...


...Porque eu sou um sortudo apaixonado pelo(a) meu(minha) melhor amigo(a). "

sábado, 2 de junho de 2012

A Meticulosidade Neurótica, de Virgem:

" Você tem como destino encontrar-se dentro de todas as coisas "


-- Como toda vida, a paixão tem seus altos e baixos. Só que eu prefiro esperar ela se transformar em amor...


" Eu tenho medos, e mais do que isso, minhas angústias me corroem, noite após noite. Eu sou uma máquina desenfreada de críticas e questionamentos. E me atrevo a dizer que cada novo dia é outra oportunidade de reviver as tensões do passado.

Eu não tenho superstições, e meu lado emocional é facilmente enganado e engavetado pela minha supremacia racional. Tudo segue uma lógica inventada e um padrão muito analiticamente organizado. Não é que eu não goste das pessoas. Isso só não é o suficiente.


O jogo de aparências me confunde, e esse grande espaço cósmico de arquivos divididos por datas, tamanhos, cores e cheiros que é meu cérebro, me condenou à uma perpétua auto-análise diária (noturna pra ser mais exato). E sinceramente, eu não desejo isso a ninguém.

Eu sou virginiano e isso deve dizer o bastante. Mas como as coisas nunca são suficientemente explicadas pra mim, eu sou do tipo que esgota as energias em busca de cada vírgula, parêntese, aspas e parágrafos. Cada parte é necessária pra compor a história, por mais que seja ironicamente criada da minha imaginação.


Meu maior algoz nasceu junto de mim, como as trevas que nascem em contrapartida à luz. Eu não vejo soluções, apenas problemas - desfalques na hierarquia teatral que é a vida.

Eu gosto de poucas coisas e duvido de muitas. É que pra mim não trata-se apenas de gostar. Como busco a perfeição em tudo, só quando algo se aproxima das minhas expectativas é que ele consegue hipnotizar minha atenção.


Eu abracei a solidão e ela derramou sobre mim um pouco de sua bênção poética. Eu não quero alguém que me ame (pois isso nunca é o bastante). Eu só quero a verdade. Amar não passa de uma arma derradeira que usamos pra atropelar quaisquer fraquezas que se ergam perante nossas vontades. E só quando os corpos se entenderem - porque as almas não conseguem - O amor soará próxima da realidade.


Em meio a todo esse caos purpurinado de corpos sarados e conteúdo ameaçado de extinção, eu impregno minha fé com a vontade de ser um dia descoberto pela vida -- ou quem sabe pela morte.

Eu não faço promessas, e assim como a figura que dá vida a quem eu sou, a Virgem alada que leva consigo a ideia de que é preciso plantar pra colher, minha esperança é movida pela probabilidade.


Meus sonhos são secretos, bem como quase tudo que cerca quem eu sou. E ainda que eu quisesse desmitificar meu ego, há muito tempo paredes intransponíveis foram erguidas aos arredores da minha alma.

E minha defesa tornou-se a culpa sádica que eu hei de carregar como castigo cármico... Até o fim. "