sexta-feira, 6 de maio de 2011

Finita Certeza:

Você eu não sei, mas eu pretendo é viver para sempre. Reconheço que o sucesso do plano não depende só de mim, mas tento fazer minha parte. Evito as brigas e discussões desvairadas (exceto quando estas ferem meu orgulho), realizo exercícios diários, cuido da alimentação e higiene... mas também, quem dera a eternidade dependesse apenas de esforços vaidosos.

Mas pensando bem, a vida eterna nos trará problemas. A finitude sempre foi uma angústia humana, mas também um consolo, pois nos desobriga de entender a razão da existência. A ideia religiosa da vida após a morte é duplamente atraente, afinal nos dá a eternidade sem a perplexidade de entendermos tudo agora.

E quem sabe, num prolongamento da minha vida, teria mais tempo para amuderecer conceitos e sensações. Talvez até passe a compreender as razões que me levam a amar. Tudo bem, admito que não tenho todo esse otimismo. Mas pelo menos não teria que especular sobre como tudo vai acabar porque nunca vai acabar.

Ah se bastasse tempo para saber do Amor! Aposto que em milhares de anos, continuaria sendo um tolo... um tolo amante. E mesmo com esta vida, que tem seus dias contados, sei que o amor que por vezes renego, é o único remédio infinito da minha dor.

Já na eternidade, sem precisar morrer, a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão infinita.

Estaremos ridiculamente fadados a estar nesta bola magnética, olhando para as estrelas e perguntando como e por que -- para sempre.

E viver neste mundo de preocupações, desolado do amor, é como não ter um Lar. E como não tenho um Lar, estou por toda parte. Espalhado, em busca de pedaços que me faltam.



Um inverno de renascimento traz adiante uma primavera... de desolação?



Mesmo dentre fracassadas tentativas de extrair do mundo, o segredo para a longevidade, no fundo, sei que basta embeber do teu amor nesta frágil taça que é a vida, para que nossas almas vivam juntas para sempre.






Inspirado na obra Viver Para Sempre! de Luiz Fernando Veríssimo.

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