quarta-feira, 30 de junho de 2010

Luxúria II

...Eu estou dizendo para você arrancar os meus botões querido,mas você não faz nada,fica apenas me assistindo,enquanto eu pego fogo,embalado no ritmo dessa batida provocante.Eu estou te esperando,venha me despir com seu falso pudor,e me dominar por completo.
Típico,eu estou ardendo,e este calor todo que me consome...Oh!Por que você não se entrega logo?
Apenas dois,eu e vocÊ,num clima intenso de conquista,você está atado numa timidez desconfortável(mostre-me do que é capaz).Seguindo a melodia,é assim que funciona...você está cansando? Vamos diminuir o ritmo,deixe comigo,eu lhe mostrarei o quanto posso ser feroz.
Venha querido,alivie as minhas tenções,eu estou só te aguardando,esperando você abrir o meu zíper,este calor...Mas você não é de nada!
Está esperando o quê? A noite toda você caiu no meu jogo,e agora que estou disposto a me entregar,você fica aí parado!
Ambos não conseguimos mais fingir,e esta gota de suor que atravessa o seu rosto...Ela me faz delirar.Um gesto e você está aos meus pés.
Imaginou minha língua transcorrendo o seu corpo agora?
Querido,estou em erupção,e as correntes de medo e insegurança já se romperam...Venha dançar comigo nesse embalo que só você pode acompanhar.Nossos corpos se tocando,enquanto todos olham ao redor,distraídos com a música,é em você que eu deliro.Porque você é meu mascote preferido,esta noite eu quero te levar aos céus.
Preocupe-se menos com quem eu sou,e mais com que eu sou capaz de fazer!
Você me faz ferver...Será que hoje temos alguma chance...?

T.O.C

Hoje eu aprendi a ouvir,e por mais que meus pensamentos tentassem me confundir,percebi que em cada frase,cada palavras que dizemos,inconscientemente,pretendemos transmitir ao ouvinte um duplo sentido.De forma aleatória,nunca falamos uma verdade completa.É aquele velho nuance de se enganar,que com o tempo se tornou um hábito,e hoje o praticamos de forma natural.Hoje,num repente,foi como se o mundo tivesse parado,como se não houvesse tempo de se mascarar.Isso facilitou minha visão.Aos poucos,notei meus trejeitos,hábitos e manias,e assim pude moldar uma escultura própria.Percebi algumas contradições e infelizes imperfeições(trágica notícia para um simétrico maníaco).Posso dizer que aprendi a enxergar.Hoje,por um instante,aprendi a sonhar.Deixei de lado toda a moralidade e hipocrisia dos ‘porquês’,e me joguei numa realidade que finalmente poderia ser moldada a minha maneira.Por incrível que pareça,até em sonhos as coisas fugiram do meu controle.Na minha vida toda,sempre fui(e acho que sempre serei) introspectivo.A vida sempre passou como um espetáculo,diante meus olhos,na qual eu sempre estive na platéia,observando,sem poder participar.Sempre fui uma fera adormecida gritando por dentro,e sendo passado pra traz.O tempo vai passando,e minha conduta altamente defensiva(e até mesmo individualista),me tornou uma pessoa fria,gélida e inconstante.Por mais que esteja rodeado de amigos(os verdadeiros),sempre me sinto sozinho e deslocado.Em casa,na rua,na noite ou na cama,o fato é que sempre estou só.Ninguém consegue me alcançar,me achar,me entender.Sinto que muitos tentam(ou tentaram e desistiram),e com o passar de dias,aquela antiga visão sobre mim como “um garoto único e diferente que é apaixonante e raro”,acaba sumindo,e o que sobra é apenas o fim do show.No final,só o que pensam é “Até quando ele vai continuar sendo esquisito?”.Já tentei de diversas formas me entregar a uma personalidade diferente,arriscar algo diferente,mas no fim eu volto,acordo e desencanto.Desculpa,mas eu não aprendi a amar.
Eu sei que sofro de transtorno de personalidade bipolar,mas e ambas as minhas faces,só o que passa agora,são lágrimas.De verdade,sou como o aço e ferro em fusão,um projeto cibernético de vaidade,orgulho e insegurança,que desaprendeu a superar os medos.Hoje,isso tudo pode ser compreendido melhor,pois aprendi a perder.Sinceramente,não sei qual é o tipo de vitória que eu aguardo,e meu gene realista,só me diz que eu terei a oportunidade de afogar as mágoas num eternizado abraço de entrega,um momento,que por fim,eu possa ser livre e esquecer de tudo,um momento que eu apenas abaixe as armas e deixe alguém se aproximar,um momento bobo,que me fará a pessoa mais feliz do mundo,pois a lição que eu verdadeiramente aprendi hoje,é que não existe nada mais difícil do que sustentar um império de dor,preso dentro de si durante 17 anos.Tempo suficiente para não se aprender nada...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Início,meio e falso fim:

O amor é auto-destrutivo.É uma tendência megalomaníaca de doar-se por completo.Um turbilhão de idéias constantes que avassalam nossa mente.Uma força impulsiva.que nos guia às profundezas do inconsciente,beirando a estupidez.É uma tola idealização de um alguém perfeito,para a situação do agora.É a má compreensão dos fatos.e a impura interpretação da auto-estima.O amor nos submete às mais conjuntas e tolas reações.É uma prisão que nos forçamos a aceitar,e a libertação de um falso pudor.É a falta de vergonha de admitir uma culpa, que há muito tinha sido afogada com outra decepção qualquer.O amor é a banalização dos desejos.O amor é inconcebido e brutal.Ele usufrui da nossa vitalidade e dá um novo sentido a um olhar maldoso.O amor é auto-confiante e nos ata,com um falso agradecimento.Úma busca longíqua de uma estrela no mais extremo do espaço.É o indício da insanidade e da incompreensão dos ‘‘porquê’s’’.O amor é arredio,amigo íntimo do egoísmo e da individualidade.Ele nos causa sofrimento(ou pelo menos o culpamos das nossas más escolhas).O amor não nos dá saída, pelo contrário,abre infinitas possibilidades,porque o amor é traiçoeiro.Ele quer mais que a gente se ferre mesmo,tanto faz onde queremos chegar e as nossas convicções,porque o objetivo dele é desnortear as nossas intenções,e inverter o leste o oeste.Amar é refúgio,e uma sentença eterna de despedida.É um suicídio sem fim,que aterra a lucidez.O amor dói,fere e até mata.Ele cura,arde e reanima.É uma energia interminavelmente dualista,que congrega sonhos e pesadelos,na única realidade que nos cabe:A dependência.O amor trava um duelo infindável entre o céu e o inferno,e suas faíscas sucumbem nos pútridos terrestres.Ele é o alcance da aurora cósmica,e o elo entre a sanidade e a inteligência.Ele é imprevisível(ou previsível demais para percebermos).Amar é ver tudo colorido,e colorir o preto e branco.O amor é a infecção da alma,vírus combatente,que nos desarma.É uma batalha de punho sóbrio com a convicção.É o bater de asas de uma borboleta,e também um furacão do outro lado do mundo.Ele sente,pensa e até fala...nos usando.Ele cabe na palma da mão,mas escorrega num abismo oceânico.Ele voa pra longe e mergulha no magma vulcânico.O amor é a fala de razão,é excesso de sensação,é o vício dos fortes(porque é preciso ser forte para sobreviver a um desamor).É preciso estar pronto para viver por uma sensação que muitos estariam dispostos a morrer por ela.O amor é falso caráter,é verdade duvidosa,é uma mentira contada pela metade,cuja a outra metade é preciso vivenciar para conhecer.Não para compreender,pois não faz parte do amor a compreensão.O amor dá asas,mas também as tira.O amor desperta ,mas também condena.O amor desrotula e mal resolve.É uma tentação incabida em palavras e ações.O amor perturba.É roleta-russa diária e abnega a justiça.Mas não vivemos sem ele.Por que então,procuramos a vida toda,pelo amor?
...Porque o amor é a resposta,mas também é a eterna pergunta...